A imunoterapia é um tipo de tratamento que visa combater o avanço da das células malignas pela ativação do próprio sistema imunológico do paciente. A ideia é que, com o uso de medicamentos, o organismo do paciente elimine a doença de forma mais eficiente e com menos toxicidade. A imunoterapia também é conhecida no meio médico como inibidores de “checkpoint” imunológico e estes tratamentos têm causado uma revolução no tratamento de alguns tipos de cânceres de mama.
O sistema imune utiliza vários mecanismos complexos para identificar quais células são nossas e não devem ser “atacadas” e quais células são consideradas perigosas (conhecidas como “non-self”). As células tumorais apresentam vários mecanismos para conseguirem sobreviver e “burlar” nosso sistema imune e um deles é a produção de uma proteína conhecida como PD-1. Com a produção desta proteína em grande quantidade que acaba se ligando a uma outra proteína do sistema imune (PD-L1) o organismo acaba aceitando e que uma célula maligna sobreviva e tenha o potencial de se multiplicar.
Alguns medicamentos imunoterápicos que bloqueiam o PD-L1 ou o PD-1 foram testados e podem ser utilizados em conjunto com a quimioterapia no câncer de mama.
Atezolizumabe (TecentriqR)
O atezolizumabe é um anticorpo monoclonal de imunoglobulina G1 (IgG1) que se liga diretamente ao PD-L1 e bloqueia alguns receptores PD-1 e B7.1. Um estudo clínico de fase 3 (IMPASSION 130) identificou que pacientes com câncer de mama triplo negativos e que expressam PD-L1 têm benefício da utilização desta droga com quimioterapia.
Na neoadjuvância (tratamento antes da cirurgia) o estudo IMPASSION 031 utilizou a imunoterapia (atezolizumabe) com quimioterapia para pacientes com doença inicial triplo negativa e evidenciou uma melhora significativa as taxas de resposta patológica completa (desaparecimento do tumor após o tratamento) tanto para a população PD-L1 positiva quanto negativa.
Pembrolizumabe (Keytruda®)
O pembrolizumabe é um anticorpo monoclonal, antineoplásico, que bloqueia a via do PD1. Num e estudo clínico de fase 3 (Keynote-355) o grupo que recebeu o medicamento com quimioterapia apresentou melhor resposta especialmente para o grupo de PD-L1 com mais expressão. Este medicamento também foi estudado na neoadjuvância (tratamento antes da cirurgia) em estudo fase III associado a quimioterapia. A taxa de pacientes com resposta patológica completa (desaparecimento total do tumor) foi significativamente maior no grupo de pacientes que recebeu quimioterapia como também este grupo apresentou menos recidiva da doença.
Portanto, a imunoterapia pode ser utilizada de maneira complementar a tratamento do câncer de mama ajudando um grupo específico de pacientes (triplo negativos) a controlar melhor a doença. Muitos outros estudos estão em andamento e novos medicamentos devem ser incorporados ao tratamento padrão nos próximos anos.
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